António Eduardo Vilaça

António Eduardo Vilaça
António Eduardo Vilaça
Nascimento 14 de dezembro de 1852
Braga
Morte 28 de janeiro de 1914
Lisboa
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação político
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António Eduardo Augusto de Sousa Azevedo Vilaça (Sé, Braga, 14 de Dezembro de 1852 — São Sebastião da Pedreira, Lisboa, 28 de Janeiro de 1914) foi Par do Reino, e político de destaque, dirigente do Partido Progressista, que se distinguiu como parlamentar e como Ministro da Marinha e Ultramar (de 18 de Agosto de 1898 a 26 de Junho de 1900) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (de 20 de Outubro de 1904 a 19 de Março de 1906 e de 22 de Dezembro de 1909 a 26 de Junho de 1910).[1] Foi ainda professor do Instituto Industrial de Lisboa (actual Instituto Superior Técnico) e presidente da Companhia de Moçambique e oficial de engenharia do Exército Português

Biografia

Nasceu em Braga, na freguesia da Sé, filho de Bento José Ferreira Vilaça, natural do Porto e de sua mulher Maria Angelina Barbosa de Araújo de Sousa Azevedo, natural de Braga[2]. Casou a 16 de Setembro de 1885, em Lisboa, na Igreja Paroquial de São Jorge de Arroios, com Amélia Henriqueta de Castro Ramires[3], de quem teve 14 filhos.

Foi oficial de engenharia do Exército Português e professor do Instituto Industrial de Lisboa, a instituição que deu origem ao actual Instituto Superior Técnico. A convite de Emídio Navarro, que o conheceu como professor do Instituto Industrial, ingressou no Partido Progressista e iniciou uma carreira parlamentar, que o levou par do reino.

Foi dirigente do Partido Progressista e distinguiu-se como parlamentar com inúmeras iniciativas legislativas, entre as quais a fundação do Instituto Nacional de Estatística.

Foi Ministro da Marinha e Ultramar de 18 de Agosto de 1898 a 26 de Junho de 1900, no XLIX Governo da Monarquia Constitucional, presidido por José Luciano de Castro. Voltou ao governo, desta feita como Ministro dos Negócios Estrangeiros, no período de 20 de Outubro de 1904 a 19 de Março de 1906, integrando os LII Governo e LIII Governo da Monarquia Constitucional, ambos novamente presididos por José Luciano de Castro. Após um breve intervalo, voltou ao cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros no período de 22 de Dezembro de 1909 a 26 de Junho de 1910, no LX Governo da Monarquia Constitucional, desta feita um executivo presidido por Veiga Beirão.[1]

Como Ministro dos Negócios Estrangeiros, foram de sua iniciativa as visitas a Portugal do rei Eduardo VII de Inglaterra (em abril de 1903),[4] do Presidente da República Francesa Émile Loubet (em outubro de 1904),[5] do imperador Guilherme II da Alemanha (em abril de 1905),[6] do rei Afonso XIII de Espanha e dos príncipes de Saxe, entre outras, assim como as viagens do rei D. Carlos a retribuir estas visitas.[7]

Recebeu muitas condecorações estrangeiras e nacionais, entre as quais a grã-cruz e comendada da Ordem de Santiago, a comenda da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, os graus de comendador e oficial da Ordem de Avis, a grã-cruz da Legião de Honra de França, a grã-cruz da Real Ordem Vitoriana (do Reino Unido), a grã-cruz da Ordem da Águia Vermelha da Prússia, a grã-cruz da Ordem do Salvador (da Grécia), a grã-cruz da Ordem da Coroa de Itália, a grã-cruz da Ordem de Isabel a Católica (Espanha), a grã-cruz do Mérito Naval (Espanha) e a Medalha de Prata de Comportamento Exemplar. Todas estas condecorações, e a farda de Par do Reino, assim como um quadro a óleo do pintor Henrique Medina, estão actualmente expostas no Museu da Marinha, em Lisboa.

Foi ainda administrador da Companhia de Moçambique, a cujo conselho de administração presidiu.

Faleceu em Lisboa, na freguesia de São Sebastião da Pedreira, onde residia na Avenida Fontes Pereira de Melo, número 3, aos 61 anos de idade, vítima de cancro do cólon. Encontra-se sepultado no Cemitério da Ajuda, em jazigo de família.[2]

Notas

  1. a b Vilaça, António Eduardo Augusto (1852-1914).
  2. a b «PT-TT-RC-CRCLSB3-003-00012_m0001.tif - Livro de registo de óbitos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 9 de outubro de 2020 
  3. Portugueses, NÓS. «NÓS Portugueses — Casamento de António Eduardo Vilaça e Amélia Henriqueta de Castro Ramires». NÓS Portugueses 
  4. Visita de Eduardo VII a Lisboa.
  5. Visita a Portugal do Presidente francês Émile Loubet.
  6. Entusiasmo português com a visita do Keiser Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine..
  7. Visitas de estado de D. Carlos.
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Luís Mouzinho de Albuquerque António César de Vasconcelos Correia (interino) Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro Agostinho José Freire (interino) Luís Mouzinho de Albuquerque (2.ª vez) Bernardo de Sá Nogueira José da Silva Carvalho (interino) Marquês de Loulé (interino) Agostinho José Freire (2.ª vez; interino) Francisco Margiochi Agostinho José Freire (3.ª vez) Conde de Vila Real Conde de Linhares Marquês de Loulé (2.ª vez) António Aloísio Jervis de Atouguia Visconde de Sá da Bandeira (2.ª vez) Manuel Gonçalves de Miranda António César de Vasconcelos Correia (não empossado) Conde de Lumiares (interino) José Xavier Bressane Leite (não empossado) António Vieira de Castro Visconde de Sá da Bandeira (3.ª vez; interino) Visconde de Bóbeda (2.ª vez; interino) Visconde de Sá da Bandeira (não empossado) Visconde de Bóbeda (2.ª vez cont.; interino) João de Oliveira (interino) Barão do Bonfim Visconde de Sá da Bandeira (4.ª vez; interino) Barão de Sabrosa (interino) Francisco Aguiar Ottolini • Conde do Bonfim (interino) Conde de Vila Real (2.ª vez) Conde do Bonfim (2.ª vez; interino) Manuel Gonçalves de Miranda (2.ª vez) Conde do Bonfim (3.ª vez; interino) José Ferreira Pestana António Aloísio Jervis de Atouguia (2.ª vez) Junta Provisória de Governo José Jorge Loureiro António José Campelo • Barão do Tojal (interino) Joaquim José Falcão (inicialmente interino) Duque da Terceira (interino) Luís Mouzinho de Albuquerque (não empossado) José Jorge Loureiro (2.ª vez) Luís Mouzinho de Albuquerque (3.ª vez) Manuel de Portugal e Castro Conde do Tojal (2.ª vez; interino) João de Fontes Pereira de Melo Agostinho Albano • Barão de Vila Nova de Ourém Visconde de Castro (interino) Barão de Vila Nova de Ourém (2.ª vez; interino) Flórido Rodrigues Pereira Ferraz • Barão de Francos (interino) Barão da Luz (interino) Marquês de Loulé (3.ª vez) António Maria de Fontes Pereira de Melo Visconde de Atouguia (3.ª vez) Visconde de Sá da Bandeira (5.ª vez) Adriano Ferreri • António Maria de Fontes Pereira de Melo (2.ª vez; interino) José Marcelino de Sá Vargas Carlos Bento da Silva José da Silva Mendes Leal João Crisóstomo (interino) Duque de Loulé (4.ª vez) Marquês de Sá da Bandeira (6.ª vez; interino) Visconde da Praia Grande de Macau José Rodrigues Coelho do Amaral José Maria Latino Coelho Luís Augusto Rebelo da Silva Duque de Saldanha (interino) António da Costa • Luís da Câmara Leme Marquês de Sá da Bandeira (7.ª vez; interino) José de Melo Gouveia Jaime Moniz João de Andrade Corvo (interino) José de Melo Gouveia (2.ª vez) Tomás Ribeiro João de Andrade Corvo (interino) Marquês de Sabugosa Anselmo José Braamcamp (interino) Visconde de São Januário Júlio de Vilhena José de Melo Gouveia (3.ª vez) José Vicente Barbosa du Bocage Júlio de Vilhena (interino) José Vicente Barbosa du Bocage (continuação) Manuel Pinheiro Chagas Henrique de Macedo Henrique de Barros Gomes (interino) Henrique de Macedo (continuação) Henrique de Barros Gomes (interino) Henrique de Macedo (2.ª vez) Henrique de Barros Gomes (2.ª vez; interino) Frederico Ressano Garcia João Arroio Júlio de Vilhena (2.ª vez) António Enes Júlio de Vilhena (3.ª vez) Conde de Valbom (interino) Júlio de Vilhena (3.ª vez; continuação) Francisco Ferreira do Amaral João António das Neves Ferreira José Bento Ferreira de Almeida Jacinto Cândido Henrique de Barros Gomes (3.ª vez) Francisco da Veiga Beirão (interino) Henrique de Barros Gomes (3.ª vez; continuação) Francisco Felisberto Dias Costa António Eduardo Vilaça • António Teixeira de Sousa Manuel Rafael Gorjão Manuel Moreira Júnior António de Azevedo Castelo Branco Aires de Ornelas António Carlos Vasconcelos Porto (interino) Aires de Ornelas (continuação) Augusto de Castilho António Cabral João de Azevedo Coutinho Manuel da Terra Pereira Viana João de Azevedo Coutinho (2.ª vez) José Marnoco e Sousa

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